quinta-feira, 3 de abril de 2025

Notas de viagem roubadas a um diário que não escrevi,

em partes, tantas quantas me promete a memória...


28 de Março de 2025 -  Bordéus




A ponte de pedra, a torre do relógio, a ópera, o espelho de água, a catedral de Saint-André... o tempo fê-las memórias... algumas tão ténues que me custa mesmo recompor a imagem, algures cá dento onde as guardamos.... mas sim, estão lá e, pouco a pouco, detalhe a detalhe, vão-se tornando claras, como se para elas olhasse pelo visor da minha máquina fotográfica e as reconstruísse com os convenientes ajustes no anel de focagem...

Passaram já mais de dez anos... sinto-me a passear por dentro de um filme mudo, como sempre me acontece quando regresso a sítios onde já alguma vez, num passado não muito recente, tenha estado. 

Aqui e ali um detalhe que me suscita uma maior lembrança... a esplanada do café em frente à Porte Cailhou, onde me entretive a fotografar o arrasto de pessoas que passavam de bicicleta (olhando para  a foto que abre o texto, parece que a cidade tem este efeito em mim.....); o campanário da catedral que, mais que o edifício, me recordou a praça em que ele se ergue; a escultura de uma face ao lado da Ópera, que ainda há pouco mais de um mês emparelhei com outra do mesmo autor - jaume Plensa -  ao lado do Palau de Musica Catalana, numa visita a Barcelona, que me transporta de novo para dentro do belíssimo teatro onde, desta vez, não vou entrar, por falta de programa convincente....

Saímos pela manhã, diretos ao centro, para reavivarmos o conhecimento que sobrou da nossa anterior visita, mas dispostos também a acrescentá-lo com mais alguns motivos de memória futura. 

Primeira paragem: Marché des Capusssins. Adoro visitar mercados quando viajo, já que, de alguma forma, são uma mostra do que de genuíno ainda há nas velhas cidades e sítios. 

Dir-se-á que nem sempre assim será; que o turismo também fez de alguns mercados parques de variedades para consumo turístico (basta lembrar as bancas do mercado dos lavradores no Funchal, cheias de fruta importada vendida como local, a preços exorbitantes..), mas a verdade é que fora das maiores cidades e dos grandes destinos turísticos, os mercados ainda retêm uma aura de autenticidade e de espelho social e cultural que deles faz, pelo menos para mim, visita obrigatória e quase sempre prazenteira.

Isto é particularmente verdade em França, já que, regra geral, o cuidado e esmero colocado pelos vendedores na apresentação dos produtos nas suas bancas quase me fazem pensar que passeio por dentro de bonitas naturezas mortas de refinados pintores.

Assim é aqui também nas bancas de peixe, brilhante de fresco, repartindo as camas de gelo picado com as ostras trazidas de perto, da baía de Arcachon, ou dos mexilhões, vindos do mesmo sítio, ou talvez do vizinho País Basco, ou de legumes e fruta, pulsantes de verde e frescura... mas os preços.... que me lembre, a vida em França nunca foi barata, mas mesmo agora, que os preços em Portugal são bastante mais Europeus do que há uma vintena de anos, tudo é substancialmente mais caro que na terra onde agora escrevo estas linhas. 

Como em qualquer mercado que se preze, algumas bancas servem já refeições ou "snacks" para aqueles que se levantaram bastante cedo. Não esqueçamos que para uma banca abrir às 8 da manhã, provavelmente quem nela trabalha poderá ter-se levantado às quatro ou  cinco da manhã, pelo que julgar as rotinas dos outos pelas nossas próprias, não é por certo a melhor prática....

Numa delas, um galo de Barcelos na vitrina... estou em casa, podia ser num mercado qualquer de Tràs-os-Montes ou do Algarve; encostados ao balcão, alguns conterrâneos desfazem a cavaqueira com pequenos copos de tinto... 

Fora do mercado, na rua, outro mercado se ergue, em bancas temporárias onde tapetes de oração ou edições de bolso do Corão partilham as bancas com pequenos adornos de  artesanato africano, frutas tropicais, frescos champignons... "C'est locale, madame!" 

Uma cidade cheia de gente, Bordéus. Estamos longe da época alta, e as ruas fervilham de gente no de cá para lá e de lá para cá de agitados quotidianos. Muitos imigrantes, magrebinos, portugueses, mas todos locais, que os turistas, esses, hão-de vir mais lá para a frente, embora também, aqui e ali, pontue uma complexão mais loura ou se ouça alguma língua menos  geograficamente consentânea com o que por aqui são as normas.

A Basílica de Saint-Michelle está fechada (e o campanário em obras). Seguimos para o rio.

La Garonne continua o seu curso castanho por baixo da grande Pont de Pierre e nós caminhamos contra-corrente.

Bordéus prepara a chegada do verão e quer mostrar boa cara a quem a vista. Os canteiros ao longo da frente ribeirinha estão a ser meticulosamente cuidados, tanto que a passagem pelo meio de os mesmos está vedada aos peões, enquanto alguns jardineiros se atarefam em podas, desbastes e limpezas.

Mais à frente, canteiros já alegremente em flor exibem deslumbrantes papoilas de vibrantes cores.... só faltava mesmo era ligar a água das fontes para a cidade ter a alegria que a primavera reclama.

Que o diga o magnífico espelho de água, que tão belo fica ao fim de tarde a refletir os edifícios e a fonte da Praça da Bolsa e que, por estes dias, não passa de um insuspeito lajeado de cimento?

Uma fonte sem água é uma tristeza... quase uma violação de um direito, para quem por ela passa e a admira. O Monumento aos Girondinos tem uma belíssima fonte na base da coluna que se ergue para suportar a figura da Liberdade, ostentando nas mãos as cadeias que acaba de romper.

Mas assim seco, silente, mudo do sopro fresco dos jorros de água que habitualmente lhe enchem a base, o monumento parece doente, diminuído.... que sentirão os belíssimos corcéis com estranhas membranas interdigitais em vez de cascos e rabos de sereia, que galopam num dos lados da fonte, atrelados à carruagem em que viaja a República e que fendem agora o ar e não a água?

Les Cannelés ... não me lembro de neles ter reparado na nossa outra visita de há anos. Mas agora é impossível não dar por eles, pois são várias as  "franchises" que os propõem. Provo-os... e quero prová-los de imediato outra vez, (mas resisto à tentação...): um exterior acaramelado, firme, mas não crocante, de açucar queimado, quase em jeito de cobertura de crème brulée, contrasta com um interior esponjoso, com textura de queijada.... o acre do rum e o aroma da baunilha.... delciosos!

Por alguma razão que não descortino, quase todos os museus da cidade estão fechados para obras de renovação.

Felizmente, o museu de belas-artes não. É para lá que nos dirigimos, depois das nossas habituais sandes de almoço, num banco de jardim público abençoado com a sombra larga e fresca de uma árvore.

Tiziano, Rubens, Brueghel (Pieter), são alguns dos nomes sonantes na galeria da direita, que alberga obras dos sec. XVI a XVIII, enquanto os séculos XIX e XX ocupam a ala esquerda do museu.

É esta última que mais curiosidade me suscita, já que o período que medeia entre o fim do sec 19 e a primeira metade do 20 tem para mim, como nenhum outro, o encanto da continua descoberta.

Monet, Manet, Kokoschka, Matisse....e no meio deles um belissísmo retrato (Portrait de Madame Dequis) da lavra de Joaquim Sorolla, de quem eu tanto gosto.´

Goya e várias gravuras suas são tema ainda para uma exposição temporária do museu na cidade que o acolheu nos últimos 4 anos de vida... a guerra, como sempre, e a tauromaquia, no traço cinzelado do mestre....

Saio do museu ainda com a expressão do "Garrotado" a ocupar-me a memória próxima.... a  última execução em Espanha com esta monstruosa forma de matar ocorreu em 1974.... como foi tal coisa  possível.... tanto que avançámos  no meu tempo de vida.... como é possível haver gente com saudade destes tempos... muita dela tem saudades do que não viveu, não conheceu.... são os piores....

O dia estava completo no programa que para ele tínhamos traçado e os pés acusavam já o esforço, a pedir descanso para a jornada seguinte. Não obstante, depois de algum descanso em casa para jantar e tomar abrigo da chuva que entretanto se anunciara, voltámos ao centro histórico, para ver Bordéus à luz das luzes, que agora se refletiam nas superfícies molhadas das estradas e vidraças, criando múltiplos espelhos de água, à falta do tão famoso equipamento, que teimava em se manter inativo.

Ruas quase desertas, agora. A algum tempo depois, também nós as abandonamos para o conforto de uma cama que nos devolveria a compostura de que o corpo precisaria em poucas horas, para mais um dia de passeio e descoberta....dele falarei, a seu tempo. 



As bem compostas bancas do mercado dos Capuchinos... e a sempre agradável descoberta de legumes nunca vistos  


Ao lado, um edifício bastante mais interessante que o do atual mercado: o Marché des Douvres, inaugurado em 1886 e que, desde 2015, está destinado a abrigar associações locais.

A-MO é um Street Artist com alguns trabalhos espalhados por Bordéus. Lá, como cá, há também idiotas especializados em utilizar sprays de tinta não para criar, mas sim para estragar o trabalho de outros...

 
Olhar a rua em dias assim, lembra-me sempre o  incomparável título do Cesariny... que bela vai a  Primavera Autónoma das Estradas 




As portas em Bordéus são muitas vezes estreitas e, curiosamente, não é incomum vê-las escondidas sob uma espécie de cortina


A longa Ponte de Pedra e a Porta Cailhau


O tram liga as duas margens do Garonne sobre a Ponte de Pedra ...


... mas também se pode atravessar no serviço BATO, com simpáticos barcos elétricos.


A tristeza da secura no espelho de água  em frente à bonita Place de la Bourse...



... contrastava com a jovial beleza das papoilas do jardim da marginal


A Liberdade...


... e a República, mais os seus curiosos cavalos também têm de esperar que alguém ligue a torneira para então sim mostrarem todo o esplendor do monumento aos Girondinos.



A cúpula do torreão das Galerias Lafayette espreita pelos andares cimeiros dos prédios no largo da Ópera. 


A esquina da Maison du vin, famoso bar de prova do néctar que por aqui é rei.


Sanna, a escultura de Jaume Plensa. Pelo que consegui apurar. a peça ficou ali instalada no fim de uma grande exposição dedicado ao seu autor, que a cidade acolheu em 2013. Foi organizado um "crowd funding" para a sua compra, mas o montante conseguido não chegava para a aquisição. Finalmente, em 2015, um colecionador particular local, seguramente endinheirado, adquiriu a majestosa peça e estabeleceu um protocolo com a cidade, cedendo a mesma temporariamente por um período de 7 anos, que foi renovado, para já, por mais 5 anos, até 2027.


Os recantos e encantos que só as cidades com história nos propõem.

 Grosse Cloche




 Catedral de Saint André 


"Gloire aux vaincus",  bonita estátua que honra os soldados vencidos na guerra Franco-Prussiana de 1870-71


O saxofonista que enchia a praça da catedral com alguns bem tocados standards ... "Fly me to the moon...."


A fachada frontal superior do Hôtel de Ville...


.... e a fachada traseira. Em cada um dos seus lados, erguem-se as alas Norte e Sul do Musée des Beaux Arts...


...e a surpresa de um belo retrato com a mestria de Sorolla.





Uma última passagem pela catedral, que estava agora aberta para uma bênção ligada ao tempo da Quaresma, que agora se atravessava, daí o roxo da iluminação, creio.




Por fim a noite, a chuva e as linhas de luz do arrasto do tram, em que embarcámos para tornar a casa....

À demain, Bordeaux...

sexta-feira, 21 de março de 2025

   Dia Internacional da Árvore

Dia Mundial da Poesia

Parabéns Joan Sebastian Bach

(histórias de um dia que é só um,
embalado em óbvia redundância)


Letra a letra teço o verso,

folha a folha cresce o ramo.

Paralelo de circunstância vaga,

(tampouco óbvia ou surpreendente),

fruto híbrido, indeiscente;

Polpa escrita que se apaga

se o teu nome,  por que chamo,

me torna o mundo… do avesso.


domingo, 16 de março de 2025

 Notas de viagem roubadas a um diário que não escrevi,

em partes, tantas quantas me promete a memória...


3 de Março de 2025 -  Leipzig / Berlim



"Revisão da matéria dada", podia ser a linha de sumário para a manhã que nos acolheu solarenga na cidade surpreendentemente calma, apesar da segunda-feira anunciada pelas lojas, que começavam a abrir, e pelas portas fechadas nos museus.  

Não nos restava, pois, alternativa que mais um passeio calmo, despreocupado, pelo centro histórico, para retirar o último sumo da polpa já espremida anteriormente…

E há sempre que ver. Senão, que dizer da interessante passagem meio art déco meio pop art, das galerias do Specks Hof, com vários pátios magnificamente decorados com azulejos, ou painéis de terracota, ou porcelana ou até vitrais…

E depois, as lojas abertas são também um convite a espreitar escaparates e montras, muito embora hoje em dia, não só na Europa, mas em grande parte do mundo que nos é mais familiar, os logotipos e nomes que se veem nas portas das lojas sejam os mesmos, fruto da globalização comercial e da concentração que provocou.

Assim fizemos pois, deixando por ver as lojas que nos eram familiares, trocando o tempo ainda disponível por uma visita mais demorada a um alfarrabista ou uma pequena galeria de arte ou a outras lojas de carater mais decididamente local que nomes tão familiares como HM ou ZARA.

O guia da véspera tinha-nos falado de uma suposta rua, um pouco já fora do centro, onde existiriam vários restaurantes e comércios, populares entre as camadas mais jovens. Decidimos tentar a sorte, para não andarmos sempre pela mesma zona.

Deixando o centro, ladeando  zonas ajardinadas onde os crocus emprestavam um inesperado toque púrpura ao castanho da terra, também ela a regurgitar o verde da relva, agora que o inverno parecia estar de fugida, lá seguimos para a zona indicada, apenas para confirmar a  impressão menos lisonjeira que o guia nos tinha deixado na véspera. Dois ou três restaurantes, fechados (por ser segunda-feira) e nada que nos suscitasse admiração ou simples curiosidade.

Sobrepondo-se aos prédios, uma torre de igreja despontava, ainda assim, algumas centenas de metros mais à frente:

A Peterkirsche, em estilo neo-gótico, consagrada em 1885, tem a torre mais alta da cidade, e para além de serviços religiosos acolhe hoje em dia uma variedade de atividades como concertos ou até o famoso festival gótico de Leipzig.

Seriamente danificada por bombardeamento aéreo em 1943, a igreja, ao longo dos anos, tem sido alvo de  várias intervenções de recuperação, embora dentro reine um certo ar de “trabalhos em curso”, com paredes renovadas mas não pintadas ou vitrais com extensas áreas sem qualquer tipo de detalhe.

Era tempo de voltar e, já de novo na praça da câmara, parámos para uma rápida bratwurst com batatas assadas, tendo depois seguido para o alojamento onde recuperámos as nossas malas para seguirmos para a estação, onde apanharíamos o autocarro de volta a Berlim.

Dispúnhamos ainda de uns minutos de espera que utilizamos para espreitar a enorme estação central de comboios, com as sempre fascinantes  linhas de cais onde vários comboios aguardavam ou davam entrada ou partida.

200 metros à frente está a estação de autocarros para onde nos dirigimos. Um novo e cómodo autocarro de dois andares de longo curso, parou no cais com a indicação Berlim Alexanderplatz.

À hora prescrita saímos de Leipzig, novamente refazendo os 200 km de auto-estrada até Berlim, agora com a vantagem do sol e de estarmos bem acordados, o que nos deixou ver quilómetro após quilómetro de planícies de cultivo,  onde ocasionalmente grupos de gamos (qual será o colectivo para tal?) se alimentavam ou descansavam, quebradas aqui e ali por densas florestas de pinheiros, bétulas, carvalhos.

De repente, na autoestrada, vislumbrei uma construção que ostentava um  letreiro : Checkpoint Bravo… Aqui seria mais um dos pontos de passagem entre as duas Alemanhas...

O trânsito engrossa e aos poucos o autocarro vai perdendo velocidade. Uma primeira paragem já em Berlim, mas ainda falta algum tempo até à Alexanderplatz.

O sol que nos acompanhou durante todo o dia segue o seu caminho abrindo agora o lugar à sobra que vai lentamente descendo sobre a cidade e o muito trânsito que a percorre.

“Berlim, Alexanderplatz”. Última paragem.

Descemos do autocarro e recuperamos as nossas malas. Temos cerca de uma hora e vinte para irmos ao hotel e apanharmos de novo transporte para o Reischstag, onde temos entrada reservada para a visita à cúpula.

Não temos, portanto, muito tempo, mas tenho de parar e tirar a máquina fotográfica para fazer meia dúzia de fotografias do fim de dia que encosta a torre da TV e altas gruas de edifícios em construção ao fundo de um pôr-do-sol com cores absolutamente magníficas. Em 5 minutos tudo desaparecerá, por isso tenho de aproveitar.

Já no hotel, demoramo-nos apenas o tempo suficiente para o check-in e para ir ao quarto deixar as malas. Nova viagem, nova corrida… umas centenas de metros a pé até à estação do comboio… e lá chegamos à estação do Bundestag, noite cerrada.

Após a verificação de segurança, somos admitidos no edifício do parlamento, que já não podemos visitar, pois apenas conseguimos entrada para a cúpula, a cuja base chegamos de elevador.

Munidos do áudio-guia, percorremos, com calma, a rampa que a circunda em espiral, acompanhados pelas explicações geo-localizadas que o pequeno dispositivo nos vai enviando para o ouvido.

É um prodígio de arquitetura e tecnologia esta cúpula do Norman Foster, e o que mais me espanta é o facto de ser aberta no topo, por razões que se prendem com a própria climatização e renovação do ar do edifício, funcionando esta abertura como escape para o ar “utilizado”, que sai para o exterior após lhe ter sido extraído também o calor residual, utilizado na climatização.

Fotografo e passeio com calma por dentro da cúpula e fora dela, na plataforma onde ancora a sua base, o topo do antigo edifício, de onde se tem uma vista deslumbrante da cidade, muito melhor que a que recordo da torre da TV.

De novo fora do edifício, temos ainda tempo para uma passagem pela Brandeburger Tor antes de voltar para o hotel. Talvez pelo frio que se sente, pouca gente por lá anda, tirando um ou outro grupo de estudantes em  viagem de fim de curso. Não nos demoramos mais que o tempo necessário para uma ou outra fotografia, missão quase impossível pela falta de um tripé ou de um local ajustado para repousar a máquina fotográfica.

No alto dos torreões do Reischtag, lá ao fundo, a bandeira da República Federal Alemã oscila ao vento forte que me gela as mãos.

A porta encimada pela  quadriga verde devolve-me as imagens daqueles dias…

Amanhã, parto para casa, regresso ao meu pequeno mundo, à minha suposta cidade, que, curiosamente, não tenho. 

Hoje, no entanto,  sou da cidade e do que ela representa e sinto-o verdadeiramente. De alguma forma,  também, “Ich bin ein Berliner!...”

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Leipzig


Specks Hof




Edifícios na Marktpatz

A primavera está na rua....
Fonte na Gewandhaus



Reflexos

Um belíssimo tapete de  Crocus
Outro ângulo sobre a a Nova Câmara 





Peterkirsche




Der Jahrhundertschritt, Wolfgang Mattheuer 1984,
 espalmado entre os dois lados da opressão, um homem caminha em frente,
 a passos largos, que desconhece onde o levarão.... 


Estação caminho de ferro

Berlim

Reichstag







A cúpula púrpura de Potsdamer Platz e o edíficio amarfelo da Filarmónica vistos do telhado do Reichstag

A cúpula
Brandeburg Tor