terça-feira, 15 de dezembro de 2015


Händel e Beethoven, o Messias e a 9ª, num mesmo ano... como se tudo começasse por “era uma vez….”

Aos poucos o pentagrama vai fazendo sentido; os símbolos sobre ele impressos, também.

Não, ainda não falo a língua, mas percebo-a agora muito melhor que há três anos, quando comecei. E é tão belo, ver como os sons se escrevem, e se partem, e se dividem, e sobem, e descem, e saltam, e aceleram e retardam… como em qualquer outra língua.

Händel e Beethoven, logo estes dois (que o Mozart também já foi) … só falta mesmo o outro, o eterno Bach.

            


Horas de dedicado trabalho para a recompensa de um aplauso que, desculpando-me as notas falhadas, as más entradas, as desafinadelas e todas as outras páginas do catálogo universal da fífia, me enche, por momentos, da maior das alegrias.

A minha voz, a dos outros, a melodia que se constrói no tear da harmonia; tudo só com a força que vem de dentro; do ar; que respiro e faz soar o  instrumento que me ecoa na garganta.

 Freude! Freude! Freude!


      


Händel and Beethoven, The Messiah and the 9th, all in the same one year… as if it all were to begin with “once upon a time…”


Step by step the pentagram is becoming clearer;  and so do the symbols therein.

No, I still don’t speak the language, but I understand it now much better than I did three years ago, when I started. And it is a thing of wonder, to see how sounds are written, and can be broken, and divided, and made to rise and go down, and jump, and accelerate and retard… as with any other language.

Händel and Beethoven, these two of all (Mozart is already on my list too)… there’s but one remaining: Bach, the eternal.

Hours of dedicated work for the retribution of a benign applause that forgives missed, out of pitch notes, failed entries and all my other forays into the universal catalogue of musical offenses, and fills me up momentarily with the most intense joy.

My voice, that of the others, the melody that is built in the loom of harmony; all this coming from deep within, upon air, the same air that I breathe and that resonates in the instrument echoing in my throat.


Freude! Freude! Freude!

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