terça-feira, 12 de janeiro de 2016




O dia morre escuro, frio, ferido pelos últimos dardos de um sol que teima em se não ver mas se pressente no sangue que suja as nuvens.


Nada nem ninguém o perturba. Só o vento. Que sobe lá do fundo, da planura, e traz o cheiro da chuva na terra antes seca e dura.

As oliveiras, essas, já tudo viram, tantas e tantas vezes que também parecem pedra, não fosse o verde perene das folhas.


Roídas pela inveja, as pedras procuram o verde e cobrem-se de líquenes e musgos na vã esperança que um dia pareçam árvore.



Indiferente, a grande azinheira estende o tapete de verde e luz sob a copa generosa: olho em redor e só me vejo.




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