O dia morre escuro, frio, ferido pelos últimos dardos de um
sol que teima em se não ver mas se pressente no sangue que suja as nuvens.
Nada nem ninguém o perturba. Só o vento. Que sobe lá do
fundo, da planura, e traz o cheiro da chuva na terra antes seca e dura.
As oliveiras, essas, já tudo viram, tantas e tantas vezes
que também parecem pedra, não fosse o verde perene das folhas.
Roídas pela inveja, as pedras procuram o verde e cobrem-se de líquenes
e musgos na vã esperança que um dia pareçam árvore.
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