quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

National Geographic

Escrevo de nada e olho o relógio que corre atrás
escondido na folha azul, como devem ser os dias.
Dou-te a cor, nobre ave, para que possas voar
Que tanta falta me  faz agora a primavera.

Ao fundo da sala, o mar, velho no quadro da parede,
observa…:  o papel treme na ânsia da letra
Tinta, nada mais que tinta,
No mar e no papel.

Hesito, que a palavra se me escapa -
Livre, pública e aumentada -
E, de olhos fechados, escrevo de nada
Agora que me imagino entre a Califórnia e Tombuctu 




National Geographic

I write of naught and look at the watch that runs behind,
hidden in the blue of the paper sheet, just as days are supposed to be.
I colour you, noble bird, so that you may fly
For lately I've been sorely missing spring.

By the end of the room, the sea, old, in the painting on the wall,
observes…: the paper trembles anxious for the letter
Ink, nothing but ink,
in the sea and in the paper

I hesitate, for words escape me –
free, public, augmented –
and, eyes closed, I write of naught
Now that I imagine myself between California and Timbuktu

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