domingo, 20 de outubro de 2013


Choveu de noite e a manhã ainda escura não treme no sopro de qualquer brisa. Condições ideais para o que procuro, agora que o clarear do dia me ajuda a tentar encontrar nos talos secos das plantas que há uns meses enchiam de verde e flor o baldio onde tantas vezes passeio, alguma libelinha que ainda não tenha “acordado” e, entorpecida pelo frio da água e da noite, se deixe fotografar.



Quando chove, ou nos dias de acentuado arrefecimento noturno que por estas alturas do ano começam a ser comuns, encontro-as, por vezes, absolutamente imóveis, cobertas de minúsculas e fotogénicas gotas de água, da chuva ou da condensação, presas aos caules das plantas  pelos ganchos em que terminam as patas, aguardando pelo sol para começarem a secar os corpos e a asas que aquecem com uma frenética tremedeira, até que, refeitas para o dia, se erguem de novo no ar.


São Simpétrum de nervuras vermelhas (Sympetrum fonscolombii). Espécie muito comum, dizem os livros e a observação que tenho vindo a fazer. Até ao final do outono por aí andam. Os machos, vermelhos, quando maduros, mais irrequietos e difíceis de aproximar;  elas, amareladas, mais calmas e mais dadas a posar para a fotografia, desde que as abordemos com paciência e suavidade de movimentos.


A procura compensa, e com os primeiros alvores do sol descubro dois machos e ali, dois metros adiante, uma fêmea. Todos cobertos de gotas de água. Tal como eu queria.



Até que a brisa da manhã se levante, e com ela a impossibilidade de continuar a fotografar, resta-me cerca de uma hora de luz tímida e difusa pelas muitas nuvens. Aproveito-a contente. Ainda há boas maneiras de começar o dia....



It has rained during the night and the still dark morning does not flutter in any sort of breeze. Ideal conditions for what I’m after, now that dawn helps me in trying to find amidst the dry twigs  that a couple of months ago filled the  waste land I often visit with green and flowers, any dragonflies that haven’t yet awaken and, numbed by the cold of the water and the night , will let themselves be photographed.




When it rains, or in the mornings following the deep cooling nights that are now getting to be common this time of the year, I  find them now and them, absolutely still, all covered in minuscule and photogenic water droplets, from rain or condensation, hanging from the plant stems by the hooks that terminate their legs, waiting for the sun to dry their bodies and wings that they warm up in a frenetic flapping until, once again ready for the day, they take to the air.


They are red veined darters (Sympetrum fonscolombii). A very common species, so say the books and my observation. They will be around until the end of autumn. The males, red when mature, are more restless and hard to get close to; the females, yellowish, are more calm and prone to pose for a nice photograph, provided we stalk them patiently and without brisk movements.


The hunting delivers and with the first light of day I discover two males and,  a couple of meters further up, a female. All covered in water droplets. Just the way I wanted it!


I have about an hour of timid and cloud diffused light until the early morning breeze starts to blow, making it impossible to continue to photograph. I happily make the most of it. There are still nice ways to start a day...





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