quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Costa de Caparica


Há espaço a mais no ar, por isso as nuvens que passam lentas

Nos olhos, que lhe tomam a cor
no cabelo, que lhe toma as ondas
no corpo, que lhe toma o sal
no beijo, que lhe toma a madrugada,
cabe o mar que lhe molha a mão.

Há espaço a mais no ar, por isso as nuvens que passam brancas

Escreve o nome em letras de areia
rápidas, urgentes como a espuma.
Para sempre… um coração…,
coisas de criança, ou não fossem namorados,
seres privados de razão.

Há espaço a mais no ar, por isso as nuvens que passam longas

Tomam-se de enlevo, abraçam-se,
olham o céu e juram
que é cavalo, tigre, águia…leão,
até mesmo um unicórnio,
que tudo lhes deixa a paixão.

Há espaço a mais no ar, por isso as nuvens que passam tolas
e fingem ser o que não são.






There is too much space in the air, hence the clouds that pass slowly

In the eyes that seize its colour
in the air that seizes its waves
in the body that seizes its salt
in the kiss that seizes her dawn
breathes the sea that wets her hand  

There is too much space in the air, hence the clouds that pass in white

He writes his name in sand letters,
fast, urgent as the foam.
For ever…. a heart…,
childish things, as if lovers were not
senseless beings.

There is too much space in the air, hence the clouds that pass in waiting

Enraptured,  they embrace each other 
and look at the sky and swear
that it is a horse, a tiger, an eagle… a lion,
a unicorn even
for passion thus allows

There is too much space in the air, hence the clouds that pass foolish
and pretend to be what they are not.


Note:
It is a known fact that poetry is hard, if not impossible, to translate... the lousier, the harder... so bear with me :-)




Costa de Caparica



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