Mata Nacional dos Medos - Costa de Caparica |
A contraluz segue o vento que me empurra sem caminho, sem norte outro que o saber precisamente onde estou, até ao velho tronco onde tantas vezes já parei: para descansar da subida, para olhar para trás; para olhar para a frente; para, simplesmente, olhar.
Não se inquieta com o incómodo da companhia - sou-lhe naturalmente indiferente.
Imóvel, no ponto mais alto do corta-fogo que ondula agora creme na penugem da erva seca que o ocupa, passa por tudo o que por ele passa, igualmente indiferente.
E, lentamente, decai. Inevitavelmente, decai.
Na secura cinzenta do corpo sobra o castanho que faz terra nas feridas onde já despontam as folhas interesseiras dos chorões.
“Na natureza nada se cria….”
Sigo o meu caminho, que é o mesmo de há pouco, só que agora, de volta.
E lentamente desço a encosta…inevitavelmente, desço a encosta…
The backlit wind leads me through no given path, without any other north than knowing precisely where I am, to the old trunk where I have stopped so many times before: to rest, weary from the climb, to look back, to look ahead, simply to look.
The inconvenience of the company doesn’t seem to affect it, my presence being absolutely indifferent.
Motionless atop the highest point of the firebreak that now swings cream in the dried grass that has conquered it, it passes by everything that passes it by, with equal indifference.
And slowly it decays. Inevitably, it decays.
His sun-dried grey body, at places exudes the brown that becomes earth in the wounds where the opportunistic leaves of the ice plants already emerge.
“In nature, nothing is created…”
I follow on, on the same path of a while ago, only this time in the opposite direction.
And slowly I climb down the slope… inevitably, I climb down the slope.
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