Notas de viagem roubadas a um diário que não escrevi,
em partes,
tantas quantas me promete a memória
Journey notes stolen from a log that I haven't kept,
in parts,
As many as my memory can promise
XIX
De novo a estrada. Até Saint Jean de Luz, no lado Francês do País Basco e nosso destino do dia, não serão muito mais que cem quilómetros, pelo caminho mais curto. Por isso, uma vez mais, optamos por deixar de lado as autoestradas e seguir pela estrada nacional em direção à costa, questionando constantemente o mapa, como quaisquer caçadores de imprevistos.
Um nome salta de imediato por entre as riscas vermelhas e amarelas que cruzam a folha dobrada do útil Michelin. Um nome que diz muito mais que o seu próprio nome. Queremos ver. Queremos lá ir: Guernica.
Corremos a estrada sinuosa, que por aqui parece não se usar outra coisa, por entre a reconfortante sombra de carvalhos e castanheiros. Ao lado da linha férrea aparecem as primeiras casas, uma placa Gernika-Lumo; chegámos.
Seguimos as indicações para o centro da pequena cidade, e estacionamos num largo que tem na parte alta dois antigos edifícios ostentando no topo da fachada o ano de construção – 1927 - e a função a que desde então se prestaram- Escuelas publicas.
Não se vê vivalma. É ainda cedo e, mais que tudo, é domingo. Procuramos um sítio para tomar um café. Somos os únicos clientes.
Pergunto à senhora jovem que entre o balcão e a cozinha se atarefa a preparar os pintxos do dia, o que devo visitar. De pronto agarra numa planta turística da vila e explica-nos o que devemos ver e por onde ir. Sabe bem ser ajudado assim… com um sorriso…uma planta… e um café. Soubera eu dizer obrigado em basco e tê-lo-ia dito. Fiquei-me por um não menos sincero Gracias; ela respondeu com o mesmo sorriso de quem gosta de ajudar… Guernika… terra da fraternidade….
Enquanto subimos até ao simbólico Parque de los Pueblos de Europa, passo de novo pelas escolas, 1927... dez anos depois a carnificina; a chuva de morte… quem ousa ainda dizer que a Europa não é a melhor das ideias? quem ousa pensar que as fronteiras são contentores de liberdade?
Parque de los Pueblos de Europa. Três curtas palavras que aqui, onde a europa se uniu para friamente matar, servem de hino à antítese. Hoje, aqui, mais que tudo, sinto-me um Português Europeu… este é também o meu parque, como o é da Sra. que me serviu o café ou da família Francesa com quem nos cruzamos e que se prepara para visitar o museu do País Basco, instalado numa bela mansão à entrada do Parque.
Não temos tempo para o museu por isso vamos diretamente para o edifico das Juntas Generales de Biskaia, uma igreja convertida na função . Tanto quanto julgo perceber no intrincado sistema Administrativo Espanhol, às Juntas corresponde o papel de Parlamento da Província de Biskaia que, em conjunto com as províncias de Guipúscoa e de Álava, formam a comunidade autónoma do País Basco.
São de admiração e espanto as palavras que murmuro ao olhar para a magnífica sala que acolhe as sessões parlamentares. Um solene ar de gravidade - afinal estamos no centro de uma igreja - impende sobre as bancadas, encimadas por uma galeria de retratos de corpo inteiro de figuras que terão, por alguma razão, ganho o direito à moldura.
Na sala ao lado é para cima que se olha: a luz forte do dia coa pela cores vívidas de uma bela alegoria sobre a história Biscainha, ocupando um enorme e deslumbrante vitral de conceção moderna.
The road once again. Until Saint Jean de Luz, on the French side of the basque Country, it will not be much more than 100 km, if we keep to the shortest route. That’s why we decide to stay away from the highway and to follow the national road towards the coast, constantly keep ing an eye on the map, hunting for the unexpected.
A name immediately pops out of ther ed and yellow lines that crisscross the folded sheet of the useful Michelin. A name that says much more than its own name. We wan to to see; we want to go there: Guernika.
We follow along the winding road, (very fashionable here, it seems) under the comforting shadow of oaks and chestnut trees. To the side of the raiway the first houses come into view, a sign, Gernika-Lume; we’re here.
The city centre signs lead us to the core of the small town and we park in a square where two ancient buildings exhibit their construction year – 1927 – and the role they fulfill – Escuelas Publicas, Public Schools.
There’s is no one on the streets. It’s still early, and it’s sunday moreover. We look for a place to have a coffee. We’re the only ustomers.
I ask the young lady who between counter and kitchen gets the day’s pintxos ready, what is there that we should visit. Promptly she gets hold of a city map and explains to us what to see and where to go. It feels good to be helped this way.. with a smile…a map… and a coffee. Had I known how to say Thanks in Basque and I would have said it. Now knowing how to do it I kept myself to an equally sincere Gracias; she answered with that same smile of someone who willingly helps… Gernika … land of fraternity…
While we go up to the symbolic Parque de los Pueblos de Europa, I pass by the schools again, 1927… 10 years later the carnage; the mortal rain… who dares still say that Europe is not the
Parque de los Pueblos de Europa. Park of the Peoples of Europe. Three short words that here, where Europe united to coldly kill, sound like an antithetic anthem. Today, here, more than anything, I feel like an European Portuguese… this is also my park, as it is the park of the lady that served me the coffee or of the French family that is going to visit the Museum of the Basque Country, occupying a beautiful mansion by the park entrance.
We have no time for the museum so we head directly to the building of the Juntas Generales de Biskaia, a church that was converted for this purpose. As far as I think I understand the Juntas, within the intricate Spanish Administration System, play the role of the Parliament of the Biskaia Province, which, along with the provinces of Guipúscoa and Álava form the autonomous community of the Basque Country.
Admiration and awe mark the words I utter when looking at the magnificent room that houses the parliament. A solemn, formal air – it used to be a church, anyway – fills the now empty benches topped by a gallery of full body portraits of men that for soe reason have achieved notable status.
In the next room you can’t help looking up: the strong light of the day filters through the vivid colours of a beautiful allegory of the history of Biskaya, covering a huge stained glass skylight.
Numa vitrina uma guitarra; a de José María Iparraguirre, leio. Nada me diz o nome, mas fico a saber ter sido um poeta e cantor popular de alma e língua Bascas cujos hinos são agora parte do cancioneiro da Euskal Herria, da Terra dos Bascos.
Saio para o parque. Ainda temos tempo para um pequeno passeio e eu quero ver a Árvore. Reza a história que as gerações de carvalhos plantados ao pé do Parlamento, à sombra dos quais regentes e governadores juravam e juram respeitar as liberdades do povo Biscainho, descendem de uma velha árvore cujo tronco petrificado se resguarda hoje num singelo mausoléu.
A guitar in a showcase; that of José María Iparraguirre, I read. The name says nothing to me, but I read he was a popular poet and singer of basque soul and tongue, whose anthems are now part of the national repertoire of Euskal Herria, the Land of the Basque.
I go out into the park. We still have time for a short stroll and I want to see the Tree. History has it that all the generations of oaks planted by the parliament, under whose shadow rulers and governors swore and still swear to respect and defend the liberties of the Biscay people, descend from and old tree, whose petrified trunk is now sheltered under an unassuming mausoleum.
Nada há de mais agarrado à terra que uma árvore; é fácil compreender o simbolismo que nem a metralha nazi, nem a ditadura franquista conseguiram destruir. Felizmente que a loucura fratricida da ETA parece ter também soçobrado ante a clareza da razão.
There is nothing more tied to the earth than a tree; it is easy to understand the symbolism that neither the nazi shrapnel nor the franquist dictatorship could destroy. Fortunately ETA’s fratricide madness also seems to have yielded before the clarity of reason.
No fundo do parque vislumbro o brilho áureo de uma imensa escultura que se contrapõe à frieza simples do betão de outra não menor obra.
Henry Moore, Large Figure in a Shelter e Eduardo Chillida , Gure Aitaren Etxea – a casa do nosso pai.
Uma vez mais os simbolismos são de fácil apreensão, até pelos títulos das obras.
At the back of the park the golden shine of a huge sculpture. A fitting counterpoint to the humble coldness of the concrete of a no lesser work of art: Henry Moore, Large Figure in a Shelter and Eduardo Chillida , Gure Aitaren Etxea – our father’s home.
Again the symbolism is easy to understand, even through the titles of the works.
Na rotunda, ao pé do carro, José María Iparraguirre, o tal da guitarra de há pouco, parece cantar para nós. Não entendo a língua, mas tenho a certeza que a letra, essa sei-a… de cor….!
We depart comforted. Peace can really be breathed! Here, at least !
at the roundabout, by the car, José María Iparraguirre, that of the guitar of a while ago, seems to be singing for us. I can't understand the language, but I am sure that the lyrics... those I know by heart...!
XX
Retomamos a estrada, ainda queremos parar em San Sebastían e pouco andámos desde que saímos de Bilbao.
De repente a polícia, a estrada cortada: corrida de bicicletas. Encostamos à berma, esperando que seja por pouco tempo.
A avaliar pelo número de ciclistas que continuamos a ver nas estradas, de subidas nada fáceis para quem faz do pedal modo de ir, a bicicleta é verdadeira paixão por estes lados. Novos, velhos, em pelotão, sozinhos, eles, elas, todos emprestam às curvas de que se fazem por aqui muitas das estradas, a graça do eterno velocípede, hoje, cada vez mais, alvo de redescoberta, modo de um futuro que se quer sustentável e limpo, mas também objeto de moda, irritante bandeira de status, transfiguração de pueril afirmação de virilidade (ou não fosse a minha melhor que a tua…). Resta a consolação de saber que, quando delas se cai, somos todos iguais… ou não encontrasse a natureza resposta para tudo …!
Aguardamos parados uns bons 25 minutos. Passa uma mota a grande velocidade; ouve-se um apito lá em cima, ao fundo da estrada, um ponto ganha corpo. Veloz. A estrada é a descer, o que ajuda. Passa por nós isolado. Segue na frente, vai seguramente a mais de 100, ou assim pelo menos parece. "Vai valente!" Todos gritam na berma, verdadeiramente entusiasmados. Até a mim, que não sou dado a grandes entusiamos pelo desporto de outros, me apetece dizer "Força campeão! Força nessas pernas". Não grito, mas digo-o para mim, que é quase a mesma coisa… afinal também se peca por pensamentos, como me ensinaram há muito nos esquecidos domingos de catequese…
We get on the road again. We still
want to stop at San Sebastían and we are not that far from Bilbao yet.
Suddenly the police. All car
traffic is halted: a bicycle race. We pull over to the shoulder of the road,
hoping that traffic will be resumed soon.
Judging by the
number of cyclists that we keep seeing on the roads, full of far from simple
climbs for those who trust the pedals as a way of going, the bicycle is a true
passion around here. New, old, accompanied, alone, boys, girls, all lend the many bends that make much of the
roads here, the grace of the eternal velocipede, that today, more than ever, is not only the
subject of rediscovery and a mode for a
clean and sustainable future, but also a fashion object, an irritating flag of
status, the transfiguration of a childish statement of virility (mine is e than
yours…). As a way of compensation it is satisfying to know that when we fall from
them we are all absolutely equal.. or would not nature have the right answer to
every problem…!
We wait a good 25 minutes. A motorbike speeds
by: a whistle is heard, a point in the distance starts to grow. Fast. The road goes down and
this helps. He speeds by us isolated. “Go, go go!” everyone shouts from the
side of the road, truly excited. Even I, who don’t really care for the sport of
the others, feel like shouting “ go, champ, go!”. I don’t don't, but I say
it to myself, which is almost the same thing…: we can sin by thoughts, at least
that’s what I was told many years ago at Sunday school….
Passam outros, sós, em pares, em trios, a espaços, alongando a fila até que chega o pequeno pelotão; o característico ruído de cremalheiras e correntes a rodar soltas, rápidas, em uníssono… já se esfuma lá ao fundo e agora, aqui ao pé, como em torneira que se fecha, o velocipédico caudal diminui a olhos vistos…passam os mais cansados, ainda assim resistentes, a cauda, o último…" Força campeão. Força nessas pernas!".
Um novo apito no cimo da estrada, o “clac” metálico das portas que se fecham, o ruído grave dos motores que se liga… vai sair a procissão!
Temos que recuperar tempo e com uma consulta ao mapa decidimo-nos pela autoestrada que nos leva até Donostia, a bela cidade da grande baía, e da ilha de Santa Clara: S. Sebastian.
They speed by us, isolated, in pairs, in trios, now and then, stretching the column that leads to the small compact pack that now passes by… the characteristic noise of gears and chains running fast, free, in unison … already fading in the distance and now, as if in a tap that someone closes, the cycle flow dwindles noticeably… the more tired, and yet still resisting, the tail, the last one…”Go, Champ, go!”
Another whistle from up the road, the metallic “klack” of doors that close, the low sound of running motors… the procession is about to start!
We have to recover the lost time and after a map check we decide to take the highway that will take us to Donostia, the beautiful city of the great bay and of Santa Clara island: S. Sebastian
XXI
Chegamos pela hora do almoço e gastamos um bom pedaço do tempo, que gostaríamos de usar a passear, a procurar um sítio onde deixar o carro. Os parques, mesmo os subterrâneos estão cheios e fazem-se fila nos acessos…acabamos por nos enfileirar também e algum tempo depois subimos a escada de acesso à saída, bem junto ao início do que parece ser a avenida mais movimentada da baixa da cidade.
Como habitualmente procuramos o Turismo para obtermos a indispensável planta da cidade, e lá vamos nós em busca das bolinhas numeradas.
As ruas fervilham de gente; nós fervilhamos de calor e após vários quilómetros por ruas estreitas e apinhadas, desembocamos na Plaza de la Constituicion para a obrigatória Caña.
Gente, gente e mais gente. A bela e pequena praça está cheia, pouco espaço restando entre as esplanadas dos vários bares e um palco que ao fundo se encontra montado. Imagino que as festas da cidade também devem estar a passar por aqui…
Tento abstrair-me do bulício e olhar as sequências perfeitas como estruturas minimal repetitivas das fachadas dos prédios que definem a praça. Como brilham perfeitas; como o amarelo e o branco caem a matar sobre o azul polarizado do céu…
We arrive around lunchtime and spend a good deal of time that we would have rather used to walk about, searching for a place to leave the car. All parks, even those underground, are full and there are queues to them…we end up getting in line too and some time later we exit the stairs that take us to what seems to be the busiest street downtown.
As usual we look for the tourist office so as to get the indispensable city map, and here we go searching for the numbered dots again.
The streets teem with people; the heat is oppressive and after a few kilometres through crowded and narrow streets we flow into Plaza de la Constituicion for the mandatory “Caña”
People, people, and ever more people. The small, beautiful square is full, with not much space to spare between the terraces of the several bars and a temporary stage that is installed in one of the square sides. The city’s festival is probably on, I reason…
I try to ignore all the buzz and concentrate on the perfect sequences, like minimal repetitive structures, of the buildings’ façades that define the square. Look how perfect they shine; how the yellow and white go extremely well against the polarized blue of the sky…
A custo, levantamo-nos e voltamos às pitorescas ruas de pequeno comércio e restauração, todas abertas apesar de domingo (ao invés das igrejas, como a Basílica de Santa Maria, que se encontram fechadas).
Reluctantly, we rise from the table and go back to the picturesque streets full of small shops and restaurants. In spite of it being Sunday these are all open (churches on the contrary, like the Basilica de Santa Maria, are all closed).
De novo no carro subimos o morro do lado ocidental da Baía, em busca de um a boa fotografia sobre toda a baía. No topo do morro a surpresa: um pífio parque de diversões, com portagem de entrada…2,5 euros por pessoa pelo direito a passear ao sol por entre meia dúzia de diversões de feira… de vila do interior…enfim, o que eu quero é a fotografia e essa tiro-a o melhor que o espaço me deixa.
Back in the car we go up the hill on the west tip of the cove, looking for a good snapshot of the entire bay. At the top, surprise, surprise: a mediocre luna park, with entrance toll: 2,5 Euros per person, giving you the right to stroll about in the sun, amidst half a dozen of fair attractions, the kind you’d see in some forgotten village in the middle of nowhere: What I’m looking after is the photo, anyway, and that I get, as best as site and skill allows me.
O lado de lá, o promontório em frente, parece gritar por visita também, mas o relógio é tão implacável quanto o sol que nos queima a nuca… ala daqui para fora, vamos pr’a França!
The other side, the promontory right in front of us seems to be crying for a visit also, but the clock is as merciless as the sun that burns our neck… let’s get out of here; on to France!
XXII
De San Sebastian a Saint Jean de Luz é um tiro.
Chegados, vamos direitos ao hotel largar a malas. Refrescamo-nos e aproveitamos para vestir o fato de banho. Está prometido um mergulho em Biarritz, como há mais de 20 anos atrás, e não há tempo a perder.
Pela estrada, condenado ao medonho trânsito de agosto vou reconhecendo alguns marcos do caminho. a placa que indica os parques de campismo. Foi num deles que ficámos então…
Biarritz, a tarde já vai alta e não tenho dificuldade em encontrar um sítio para estacionar o carro num dos parques perto da praia.
From San Sebastian to Saint Jean de Luz is but a short journey
As soon as we arrive we check in at the hotel to drop our bags. We refresh ourselves and we take the opportunity to change into bathing trunks. There is a promise of a swim in Biarritz, as it was the case more than 20 years ago, so there is no time to lose.
On the road, condemned to August’s infernal traffic, I notice some landmarks that I remember. The sign that indicates the camping parks… e stayed at one o them back then….
Biarritz, the afternoon is a good deal gone, so I have no trouble finding a place to park, in one of the lots close to the beach.
Noto o esforço de acessibilidade que é feito na praia para a dotar de infra-estruturas de apoio a pessoas de mobilidade reduzida. Estes são os pequenos sinais que definem palavras como civilização; cidadania; direitos humanos. Isto sim é Chic a valer!
I realise the accesibility effort that is being made at the beach so as to provide support infrastructures for people of reduced mobility. These are the small signs that give a meaning to words like civilization; citizenship; human rights. This really is my definition of Glamour!
Corpo e calções secos, voltamos à cidade. Procuro saber as regras dos parquímetros, uma voz que passa por mim diz-me no melhor do português “Eles andam por aí! Meta 10 minutos que chega!”
Quase não tenho tempo de agradecer ao conterrâneo que desce apressado a rua, mas obedientemente, sigo as suas instruções e lá deposito o suficiente para os 10 minutos que me garantem a legalidade até ao início do período gratuito de fim de dia.
Biarritz continua o fino postal de decadente chic de que lembrava. Lado a lado com lojas das mais exclusivas marcas, camionetas com hordas de excursionistas transpiram areia e algraviada.
The water isn't cold, but the sea is roughened by the north wind that comes in from the biskay gulf, and the tide is rising. The promised swim; another objective fulfilled.
Body and trunks dry we go back to the city. I try to read and understand the rules of the parking meters when a voice passing by tells me in the best portuguese "look out, they are near! put in enough for 10 minutes. that'll do!"
I almost have not the time to say thanks to my fellow countruyman who goes down the street with a fast pace, obidiently I foolow his instructions and put in enough money in the machine for the 10 m inutes that will ensure legality untill the beginning of the free end of day period.
Biarritz continues to be the nice postcard of decadent chic that I rememebred. Side by side with shops of the most exclusive brands, buses full of tourist hordes swet sand and noise.
Vamos aqui e ali, que nada conhecemos e também parece não haver muito para ver, numa cidade que se assume como típica estância balnear. Se houver fica para outra altura, que tanta gente e tanto bulício me cansam para lá do razoável em dias que se dizem de férias.
We look here and there, but there doesn't seem to be much to be seen, in a town that claims to be a typical beach resort. Still, If there really is something it will have to be left for another time, for so many people and all this hustle and bustle end up tiring me more than what I'd consider reasonable for an holiday.
Voltamos a Saint Jean de Luz. É noite de festa, as ruas estão apinhadas, todos confluem para a praça onde um grupos de músicos de sexta categoria se esforça por tornar ainda mais insuportáveis os insuportáveis hits da moda. As pessoas carregam sacos de confetis. Atiram-nos uns aos outros, as crianças deliram, os caniches, aquietados nos colos ou pendentes das coleiras, ladram…, felizmente há uma rua paralela, um oásis de esplanadas de restaurante onde o típico cheiro da sardinha assada, desporto que por aqui também se pratica, nos empurra com a brisa para a praia, já ali, ao fundo da rua.
Um passadiço sobre a praia e um renque de casas com ponte para o passadiço e daí para a areia. Curiosa solução. Em algumas delas as pessoas jantam contentes, janelas abertas, escancaradas para o mundo. Pelo vislumbre do recheio percebe-se a afluência de quem mora. A lua brilha alto ao fundo do paredão… parece competir com o farol. Longe da confusão da praça que entretanto se desconvoca com um arremedo de fogo de artifício, uma roulotte propõe gelados, farturas, crepes e churros. optamos pelos últimos: Une douzaine, s'il vous plaît. Merci.
Entre palavras de fim de dia, mordemos a massa ainda quente e lambemos dos dedos o açúcar que ainda resta.
Demain on retourne….
We return to Saint Jean de Luz. It’s party night and the streets are crowded, everybody gathering at the town square where a group of 6th category musicians tries hard to render even more unbearable the unbearable hits of the season. People carry large bags of confetti. They throw them by the handful at each other; the children go wild; the poodles resting on the lap or under the arms of their owners bark... luckily there’s a side street, a terrace oasis where the unmistakable smell of grilled sardines - a sport that is also practiced here - pushes us along with the breeze towards the beach, over there, by the end of the street.
A bulwark over the beach and a row of houses, each with a bridge leading to the bulwark and from there to the sand. A curious solution. In some of the houses people dine happily, with the windows wide open to the world. The affluence of those dwelling here is immediately apparent judging from what we are able to grasp of the contents. The moon shines high above the bulwark... it seems to compete with the lighthouse. Away from the mayhem of the square that is brought to an end by some cheap fireworks, a van proposes ice cream, porras, crepes and churros. We opt for the latter: Une douzaine, s'il vous plaît. Merci.
Between day ending words we bite the still hot pastry and lick the sugar from our fingers.
Demain on retourne….
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