Notas de viagem roubadas a um diário que não escrevi,
em partes, tantas quantas me promete a memória...
15 de Abril de 2025 - Samarcanda
Mesquita de Bibi Hanim
Bibi Hanim foi a esposa preferida de Tamerlão. A ela se deve, acredita-se, a ordem para a construção da enorme mesquita que leva o seu nome e que foi, nos seus tempos áureos, uma da maiores do mundo, antes de ser destruída por uma terramoto em 1897.
No período soviético, o complexo foi alvo de restauro, tendo o imponente portal e a mesquita sido reabilitados. Não obstante, ainda hoje se observam rachas e brechas nas colunas e edifícios, estando a visita ao edifício da mesquita principal vedado ao público, uma vez que a cobertura estará ou em risco de colapso ou terá mesmo colapsado.
Por dentro do complexo, o habitual desfile de pequenas bancas com artesanato local, mas também a presença de muito visitantes turistas e não só, num dia que se tingia cada vez mais de um cinzento ominoso e a reclamar o conforto de um agasalho extra por cima da camisa.
Um enorme Corão, tão grande que possa ser lido do alto de um dos minaretes, repousa numa estante de pedra no centro do pátio interior, mandada instalar por Ulugh Beg, o famososo neto astrónomo de Tamerlão.
Uma última visita espera-nos ainda antes de voltarmos para a camioneta que nos levará de volta ao hotel: o mercado de Syiob, mesmo ao lado da mesquita, típico na oferta e organização, onde nos abastecemos das doces passas negras que por aqui são muito frequentes nas bancas de frutos secos, tentando, com resultados duvidosos, exercer a nobre arte do negócio, como a tal nos obrigam a circunstâncias.
Embalados pela doçura das uvas secas, recolhemos ao autocarro, antecâmara para um final de dia que seria tecido a múltiplas cores numa reprise da Praça do Reguistão... mas disso já eu falei e mostrei atrás...
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