domingo, 31 de março de 2013

Reguengos de Monsaraz - Praça da Liberdade

A preto e branco continuam os dias. Talvez por isso a cidade esteja vazia e as cadeiras fiquem por ocupar, como num espetáculo de má crítica, ou em fim de temporada… ou as duas coisas. Lentos, desfazem-se na água que indiferente os encaminha para a sarjeta na borda da estrada, enquanto nas esquinas os velhos se juntam aos pares (unidade crítica de massa), e lembram os dias em que olhavam para os velhos que se juntam aos pares nas esquinas, sem darem por eles.

Não muito longe,  a luz coa forte pelo espartilho das nuvens, e os raios incendeiam cores que a cidade não conhece, ou escolheu esquecer: rosa, amarelo, lilás, todas procuram rima num verde tão perene quanto parecem ser as próprias oliveiras, elas que, velhas,  nunca procuraram uma esquina, nem mesmo nos dias de chuva.

Monsaraz - Lago de Alqueva

Black and white remain the days. That is probably why the city is empty and the chairs vacant , as if in a show with bad reviews, or in an end of season performance... or both. Slowly, they dissolve into water, the same water that, indifferent, leads them to a gutter on the side of the road, while on  corners old men assemble in pairs (the critical unit of mass) , to reminisce about the days when they would look at old men assembling in pairs on corners, without seeing them.

Not very far from there, light cuts undaunted through the tight cloud corset, and the rays alight colours that the city doesn't know, or chose to forget: pink, yellow, purple, they all look for a rhyme in a green as everlasting as the olive trees themselves claim to be. Them, that although old, have never searched for the comfort of a corner. Not even on rainy days.


Monsaraz 

2 comentários:

  1. Adoro...as palavras y os photos. This cheered me up today Pedro. Thank you. Sx

    ResponderEliminar
  2. Thanks!

    glad you take the trouble of reading it all.

    abraços

    p

    ResponderEliminar