Notas de viagem roubadas a um diário que não escrevi,
em partes,
tantas quantas me promete a memória
23 de agosto 2021
À míngua de tempo para as palavras, vou escrever com fotografias, enquanto a memória se me não apaga. vou fazê-lo devagar, à medida do tempo que tiver para me ir organizando e organizando também as muitas fotografias que, como sempre, tirei. Foram dias de prazer intenso e de verbos de ação, coisa que por algum - demasiado - tempo tivemos que reprimir na espera da promessa de uma vacina, que não prometendo a erradicação do problema, nos dá a esperança de com ele podermos conviver; nós os que temos a sorte de vivermos deste lado do mundo; nós, em particular, os que temos a ainda maior sorte de vivermos num país pequeno, complexo, com problemas de toda a ordem, mas que soube fazer o melhor uso possível da oportunidade que a vacina promete e que, com um assinalável empenho e esforço de muitos profissionais de saúde e não só, conseguiu a proeza de ser o país do mundo com maior taxa de vacinação completa da sua população. Poder sair de novo, procurar, descobrir, ver… como sabe bem ir, tomar a estrada, certos que o fazemos sem outro intuito que dela fazer o melhor dos usos.
Esperemos que a eficácia da vacina se comprove, esperemos que possamos aprender a conviver com o Sars-Cov-2 e com a COVID 19, como se convive com a gripe. Esperemos...
Entretanto...
Plasencia
Não tenho uma memória enorme dos lugares. particularmente da toponímia. com frequência confundo ou esqueço sítios, mesmo aqueles onde estive antes. Se eu fosse um bom viajante e soubesse manter um diário, talvez me acontecesse com menor frequência. Mas se bem que sempre parta com a intenção de tomar notas, registar dados, escrever lembretes.... volto sempre a casa com o caderno vazio. Preguiçoso, é verdade, mas em minha defesa alego que as horas de condução me cansam, o que é desculpa esfarrapada, porque se fosse tirando as notas à medida que elas se justificam....a verdade é que confio sempre na fotografia... "para mais tarde recordar", mas são tantas as vezes que depois, em casa, olho para a imagem e, por mais que me esforce, não me consigo lembrar do local....
já tinha estado em Plasencia. Claro, soube-o depois de estacionar o carro e me dirigir ao centro histórico, após passar pela Plaza Mayor onde esperávamos (e conseguimos) ver o bater das 12 na torre do relógio famoso por ter um boneco articulado que, de meia em meia hora, faz soar o sino.
Puente del Congosto
A surpresa de um castelo e de uma ponte a obrigar a uma rápida paragem para espreitar o local, com inveja de quem, lá em baixo, no rio, se refrescava....
Piedrahita
Outra surpresa num caminho que se fazia sob um céu que prometia festa: o palácio onde os Duques de Alba passavam o verão e que é hoje uma escola.
Ávila
A cidade das muralhas e torres, património da humanidade; património nosso por umas horas enquanto nos refrescávamos, após várias horas de condução e um passeio pelo centro da cidade para desentorpecer as pernas, com uma bebida gelada, à sombra de um guarda-sol numa das esplanadas que contornam o perímetro da Plaza Mayor.
Mas o caminho é longo há que prosseguir
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