Torto, retorcido, alheio aos grilhões da simetria, assim é o sobreiro de que eu tanto gosto no Parque da Paz.
São várias as árvores que por ali me chamam um olhar calmo, demorado; creio que sobreiros, todas, as que mais me fascinam.
Esta, em particular, cativa-me pela desconcertante beleza do caos em que se perpétua, a caminho do alto, da luz, do céu, que lhe é teto e sopro de vida.
Fá-lo de braços abertos.
Gigantes, longos, fortes, procuram outros, de sobreiros, como os seus, que os há, vários, a seu lado.
Comunhão de interesses, íntima afinidade, dir-se-ia, entre familiares, conhecidos, vizinhos... mas eu desconfio que assim não seja, ao olhar para o montado inteiro que lhe nasce do tronco quando este se lança num último e múltiplo desdobrar.
Nada então lhe penetra a copa, que não seja ar, que não seja luz, que não seja o raiar dourado de um sol que se põe em fim de dia!
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