Mais de 40
anos depois, voltamos a encontrar-nos. Como está professor?
Tenho pena de não visitar a sua casa. Não por coscuvilhice, claro, mas antes porque também estou numa altura em que memória e nostalgia se enrolam, até na garganta, por vezes….Quiçá, numa próxima. A D. Isabel, a simpática senhora que me alugou a casa onde fiquei é que me lembrou que estava na sua terra e que não tinham mais que passar 100 metros para lá do pelourinho, para lhe descobrir a morada.
Está fresco,
Professor! E eu estou menos agasalhado que o senhor! Nunca fomos próximos, mas
pedi-lhe uns autógrafos, lembra-se? Era o meu pai que os queria nuns livros…
que, lamentavelmente, com as trocas e as andanças da vida, já se perderam de
rasto!
Gostava mesmo
de entrar em sua casa, perscrutar-lhe as prateleiras… aquilo deve ser só
Homeros e Ésquilos e quejandos…
Continuo
olimpicamente ignorante em relação a esses seus diletos autores, mas sei que
agora, pelo menos, procuraria ouvir para lá da minha ignorância.
Enfim, não foi
uma oportunidade perdida, porque como éramos, nem oportunidade seria: o senhor
já então a falar do alto de um plinto, ainda que este não fosse mais que o
estrado de madeira frente ao quadro, e eu cá em baixo, na carteira, a pensar
que lá fora, no recreio, o meu latim era muito melhor que o seu….
Enfim... olhe,
a verdade é que gostei verdadeiramente de o ver!
Boa noite e
até uma próxima!
Casa de Virgílio Ferreira, em Melo, Gouveia. |
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