quinta-feira, 20 de maio de 2021

Um dia de postal, ilustrado com um sol soprando mais quente que a pouca brisa, tão pouca que tudo a nossa volta mais parece detalhe de fotografia… de postal ilustrado.

Escrevo-te o dia, portanto. Como te não conheço, é bem mais fácil assim evitando entrar em intimismos que, mesmo que de primeiro ou ainda menor grau, é coisa que se guarda para quem já se conhece… pelo menos… um pouco.

E nem é tanto as palavras. Para mais, tenho letra grossa e descontrolada, e preciso de espaço para a espalhar. Um postal pouco me deixa escrever, mesmo que viole, no limite do praticável, o lugar reservado ao inescusável endereçamento…

Na verdade, o grande prazer esconde-se no objeto em si.  Nem sequer seria preciso texto; só mesmo  um singelo e sequencial caro(a); rua, nº; código postal; país e a grande aventura estaria lançada.

O resto está impresso no papel, seja a pindérica foto de um pôr de sol manhoso a adoçar um recorte de falésia, que, ainda assim, nos força a desejar lá estar; seja  a vista da cidade; do imponente monumento; o detalhe do azulejo; a reprodução a obra de arte e  - oh, prazer dos prazeres – a lambidela no verso adocicado do magnífico selo, que lhe irá comprar o direito de viagem .

Mas até um postal pode ser difícil enviar.

Há não muito tempo, numa saída de verão, que incluiu Belgrado na lista, procurei afincadamente, como sempre faço numa cidade dos países que visito, em quiosques, lojas de rua, supermercados, em todo o sítio que fui, o almejado retângulo de cartolina policroma e … nada.

Belgrado, capital da Sérvia, antes disso capital da Jugoslávia do Tito, não tem um postal à venda em lado algum? Será tal coisa possível?

Aguardo que alguém de lá me escreva a provar-me o erro.

Foi por isso que me inscrevi no Postcrossing!


Sem comentários:

Enviar um comentário