segunda-feira, 28 de setembro de 2020

 



I

Um pôr do sol como nenhum outro, como são sempre os pores do sol, leva-me de novo ao balcão onde, por alguns momentos, partilho a vista com alguém mais interessado em fotografar-se numa orgasmática e contorcida Selfie (de pronto enviada pelo éter à custa de um frenético dedilhar no écran do telemóvel).

Olhar fixado no  visor, sei pelo barulho dos pneus a raspar na gravilha que estou agora só.  Melhor assim: não que a companhia me incomodasse, mas há algo de egoisticamente saboroso em presenciar semelhante espetáculo sozinho.


Vagarosamente, ao ritmo da descida do enorme círculo imensamente brilhante, o ar e tudo o que nele habita, ganha cores que apesar de serem as mesmas de sempre com que se pintam os mais belos pores do sol, são uma vez mais novas e fascinantes.



II 

Sentado em frente do teclado, lembrando o dia que passou, procuro uma razão para poder escrever algo mais que possa ser motivo para aqui expor as imagens que tirei. Não consigo. Nem preciso: o pôr do sol, clássico dos clássicos,  por certo não necessita que dele se diga o que é ou o que deixa de ser; o que evoca ou faz esquecer; o que tem ou o que tira.



III

Talvez a lua…..




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