I
Um pôr do sol como nenhum outro, como são sempre os pores do sol, leva-me de novo ao balcão onde, por alguns momentos, partilho a vista
com alguém mais interessado em fotografar-se numa orgasmática e contorcida Selfie
(de pronto enviada pelo éter à custa de um frenético dedilhar no écran do
telemóvel).
Olhar fixado no visor, sei pelo barulho dos pneus a raspar na
gravilha que estou agora só. Melhor
assim: não que a companhia me incomodasse, mas há algo de egoisticamente
saboroso em presenciar semelhante espetáculo sozinho.
II
Sentado em frente do teclado, lembrando o dia que passou, procuro uma razão para poder escrever algo mais que possa ser motivo para aqui expor as imagens que tirei. Não consigo. Nem preciso: o pôr do sol, clássico dos clássicos, por certo não necessita que dele se diga o que é ou o que deixa de ser; o que evoca ou faz esquecer; o que tem ou o que tira.
III
Talvez a lua…..
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